quinta-feira, 20 de junho de 2013

As mundanças e limitações que tive que enfrentar


Eu antes de parar de andar
gostava de andar de
bicicleta.
Tudo começou a mudar em minha vida com 8 anos, quando foi comprovado a suspeita do médico de que eu pudesse ter uma Distrofia muscular de Duchenne, doença que afeta os músculos de todo o corpo, afetando em maior evidencia o aparelho respiratório.

No inicio demorei a aceitar que não iria mais conseguir andar, imagina como fica a cabeça de uma criança sabendo que vai deixar de brincar como os outros, eu não tinha muita noção do que estava acontecendo, apenas sabia que iria deixar de andar, e que eu nunca mais poderia ter a chance de voltar ao normal.

Meses depois de receber o diagnostico comecei a perder as forças nas pernas, para andar tinha que me apoiar na parede, a dificuldade era grande, e eu acreditava que se eu me esforça-se não iria deixar de andar,  mas chegou o momento que nem mesmo a minha vontade de seguir uma vida normal me fez não deixar de andar.

E após me tornar um cadeirante tudo mudou, trocar de roupa já não era uma simples tarefa, ir no banheiro era complicado, brincar foi uma coisa que teve que ser adaptada, e com isso acabei me tornando em uma criança desanimada, sem vontade, e na escola estava sofrendo pré-conceito das crianças e dos adolescentes que lá estudavam, o recreio para mim não existia, ficava dentro da sala sozinho, parecia que ninguém queria se responsabilizar por mim, e assim deixei a escola, por não aguentar mais isso, não queria mais ser tratado daquele modo, tudo o que queria era brincar, andar, jogar bola, poder voltar a andar de bicicleta, que era uma atividade muito legal, não tem uma criança de 8 anos que não goste disso.

E com a saída da escola procurei me auto alfabetizar, com a ajuda de meus familiares, e com a minha vontade de aprender, me tornei um auto didata, tudo este processo foi bem lento, e com a entrada de minha irmã na escola começou a ficar mais fácil, o que demorou mesmo foi conseguir escrever corretamente, eu conseguia ler perfeitamente, mas escrever era outra coisa.

E ao longo anos dos notei que deveria deixar a tristeza de lado, tinha me dado por conta que tinha que aceitar as minhas limitações, e seguir a vida do jeito que poderia seguir, e eu botei na cabeça que se não me ajudasse poderia ficar pior, e isso realmente aconteceu, com 12 anos já não brincava mais, os movimentos eram lentos e descoordenados, e com isso o meu maior passatempo era ver TV, jogar video game e outras coisa que não me recordo.

Em breve contarei como foi a minha adolescência, que foi a parte mais difícel para mim e os meus familiares.

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