quinta-feira, 28 de setembro de 2017

5 dicas do que um cadeirante não gosta que você "andante" faça


Fernando Fernandes com seu amigo
Após pensar em algumas coisas chatas que os andantes fazem, resolvi criar uma espécie de manual, digamos assim, você que ainda não conhece um cadeirante e talvez venha a conhecer saberá algumas coisas que não pegam bem, tem pessoas que nem chegam a se dar por conta mas, fazem as coisas que irei contar logo, está mais do que na hora de mudar isso, são pequenas coisas que podem ser mudadas, e a chave para uma boa relação com um deficiente, ponha em sua mente algo bem simples, nossas limitações são apenas físicas.

Se quiser saber algo sobre o (a) cadeirante, pergunte diretamente a ele (a):


Uma das coisas mais irritantes, é quando estou em algum lugar público e ficam me olhando com cara do tipo "o que ele tem", pensem o seguinte, é cadeirante, fim do mistério, existem apenas duas opções para a causa de ser cadeirante, doença ou acidente, simples, agora se só essa resposta não te basta e a curiosidade é grande em saber qual é o problema, vá até o cadeirante e puxe assunto, mas não vai chegar do nada e ir direto e perguntar o que o fulano tem, fale com a pessoa, pode ser até que surja uma amizade entre vocês, nem todo 4 rodas tem problemas mentais, nós falamos, e no meu caso falo até de mais, obviamente existem alguns com déficit mental, mas se pode generalizar. Costumo dizer que se queres saber sobre nós, não existe outra pessoa melhor para te dizer sobre nós do que nos mesmos.

Não trate um (a) cadeirante como criança:


Está certo que por estarmos sentados parecemos menores que o normal, mas isso não significa que somos crianças. Apenas trate desta maneira as crianças, são elas que merecem esse tipo de tratamento, vivi isso em minha época de escola, e veja bem estava no ensino médio, cheguei até a pedir para a pessoa não me tratar assim e não adiantou nada, devido a isso me afastei dela, tudo o que eu fazia era repassado a meus familiares, sendo que era de maior, então lhes recomendo, não trate ninguém assim, seja a pessoa cadeirante ou não, parem com isso, e por favor não fiquem falando no "inho", fale o português normal, não precisamos de diminutivo para te compreender.

Não nos olhem como se a gente fosse um ser de outro mundo: 


Podemos ser, claro, faria todo o sentido, sinceramente da forma que está o mundo prefiro acreditar ser de outro lugar, mas falando sério agora, as vezes nos olham de uma forma que me faz pensar ser de outro planeta, é um olhar de certa forma preconceituoso embora eu não ligue para isso, mas quando é de mais comprimento a pessoa, para ela ver que sou do mesmo mundo que a mesma, sim sou um humano, que surpresa não é mesmo.

Não queira saber mais sobre nossa situação do que nos cadeirantes:


Esta dica é para você que acha que sabe tudo sobre nós, vou te dar uma informação super importante, só quem sabe sobre minha situação sou eu mesmo, até mesmo familiares mais próximos fazem isso, um exemplo disso é quando estamos mal sentado e falamos que estamos, e teimam em dizer que estamos bem sentados, mas só quem pode te dizer isso é o cadeirante, outro exemplo é quando penso tal coisa sobre ser cadeirante, não tente me dizer que estou errado, porque só quem pode saber sou eu, detalhe não é de ontem para hoje que estou nessa, são 17 anos. 

Não tire suas crianças de perto de nós como fossemos um monstro ou coisa parecida:


Crianças são o melhor ser existentes nesse mundo, são de uma pureza inigualável, por isso decidi cursar pedagogia, mas algo que me deixa triste é quando estou em algum local onde tem uma criança, e ela quer vim falar comigo e os pais não deixam, chegam a dizer para seus pequenos, coisas do tipo: sai daí que o tio vai te pegar, deixa elas meus queridos, é bom conhecerem novas realidades, as curiosidades delas devem ser respondidas. Certo dia na escola onde estudei fui cercado por um batalhão de baixinhos, e piraram no meu carro, deixei até tocarem a buzina da cadeira, e foi para elas algo muito legal, e como sabemos maldade não existe neles, uma das crianças até me disse que quando crescesse queria ser como eu, que iria ser cadeirante só para ter um carro como o meu, e isso me fez pensar que se existe preconceito é porque ensinaram, então aos pais deixo um recado, vocês são os responsáveis em formar cidadãos melhores, ensine amor e igualdade ao invés de preconceito.


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