quarta-feira, 20 de junho de 2018
5:33 PM
Invisível no amor
Estava vendo um vídeo onde o rapaz cadeirante abordava meninas na rua, tentando conseguir o número delas, certamente para conhecer alguém legal, uma das pessoas que ele abordou, disse a seguinte frase: “Olha para você e olha para mim” de maneira extremamente preconceituosa, sem nem ao menos conhecer a pessoa.
Obviamente é uma situação difícil, jamais irei me privar de tentar conhecer alguém legal, que acima de tudo me mereça e me aceite como sou, amores fracos não merecem o meu tempo, tenho certeza que irei encontrar um grande amor, ninguém pode prever o amanhã.
Sempre fui um cara muito confiante, o meu problema jamais afetou a minha confiança, e sempre tive coragem de chegar nas meninas.
domingo, 29 de outubro de 2017
1:03 PM
Ser cadeirante é bem difícil
Tudo que existe tem dois lados, um bom e outro ruim e no
mundo dos cadeirantes não poderia ser diferente.
Nem todos os casos tem as mesmas limitações, no meu tudo
acaba se tornando mais difícil devido a minha grande limitação física, e por
isso deixei de fazer muito do que queria fazer. É quando eu fico puto da vida.
Tento ter autocontrole, o que é difícil pra caralho, mas
tenho que tentar porque não vou mudar os fatos. Tenho uma doença rara e sou
obrigado a conviver com ela, e com a cadeira.
A maior merda que enfrento é a falta de acessibilidade.
Tenho que fazer planos mirabolantes para sair de casa, é como ir para a guerra.
Preciso mapear onde vou, se tem escadas, se tem espaço suficiente para a
cadeira, se tem rampa de acesso, e ainda tem a pior parte que é botar uma
cadeira de rodas dentro do carro. São duas coisas que não foram feitos um pro
outro.
E ainda dou graças a Deus por ter o carro, porque senão
imagina a merda... e para quem tem cadeira motorizada aí é pior ainda, elas são
grandes e pesadas, e quem as faz tenho total certeza que não se pensa sobre
isso na hora de construí-las.
Durante o dia devemos vencer vários obstáculos, e eles só
podem ser superados com muita vontade, e na maioria das vezes precisamos de
ajuda para simples coisas, ainda bem que existem pessoas para nos ajudar. Sabe
é a pior parte depender dos outros, tem horas que seria melhor podermos fazer
as coisas sozinhos, mas não é possível, e muitas vezes descontamos a nossa
falta de capacidade em quem mais nos querem bem, ou seja a família.
Ser um quatro rodas não é nada fácil, se desse já teria
deixado de ser, tem dias que ser um é uma porcaria, e a pior parte de tudo isso
é ser um, nos resta aprender a viver assim e ser feliz.
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
4:55 PM
Andei até os meus 15 anos, "Muitas vezes esqueço que sou cadeirante".
Eu andava normalmente até os 15 anos de idade,
até que um dia logo após eu acordar, senti uma forte dor nas costas, deitei-me
para ver se a dor passava, e com pouco tempo deitada, senti minha perna
esquerda formigar e em seguida adormecer, passados alguns minutos aconteceu o
mesmo com a perna direita, fui levada ao hospital, e diagnosticada com mielite
transversa é uma inflamação na medula, que causou uma lesão medular.
Para
você, como é ser cadeirante?
Ser cadeirante para mim é uma coisa normal, dentro de casa
como faço tudo sozinha, muitas vezes eu até esqueço que sou cadeirante. Só lembro que sou cadeirante quando encontro
um lugar sem acessibilidade, ou quando algum estranho me para na rua para
perguntar o que aconteceu, o porque estou na cadeira de rodas.
Como
você lidou com a sua deficiência no início, teve aquele momento de rejeição da
realidade?
De começo eu achava que minha vida só teria sentido se eu
voltasse a andar, eu quando andava adorava fazer caminhada, e jogar voleibol
fim de semana junto com os amigos, ver eles indo e não poder ir, era muito
triste, como eu estava em plena adolescência eu achava que estava perdendo a
melhor fase da minha vida. O que tornou tudo um pouco mais difícil foi o fato
de que minha mãe já era falecida, então tive que depender de parentes e até de
vizinhos para me ajudar, até eu conseguir voltar a fazer tudo sozinha.
Quais
as suas maiores limitações durante o seu dia a dia?
Dentro de casa não tenho nenhuma limitação, faço tudo
sozinha, acho que minha única limitação é quando tenho que sair de casa, pois
moro em uma rua de grande inclinação, então não consigo sair sozinha, tenho que
esperar meu marido estar em casa para ele ir comigo.
Do
ponto de vista de uma pessoa com deficiência, quais foram os desafios e
dificuldades que enfrentou até hoje?
Acho que o desafio maior sempre vai ser a falta de
acessibilidade e ter que lidar com pessoas preconceituosas.
Você
já sofreu alguma forma de preconceito?
Indiretamente, eu costumo dizer que quem tem preconceito
normalmente é covarde, fala para alguém próximo a você mas não diretamente para
você, Mas já acharam estranho eu namorar um andante, já falaram que eu seria um
peso para meu marido, as vezes também duvidam que eu consigo fazer os afazeres
da casa sozinha, a única coisa que os preconceituosos não conseguem disfarçar é
os olhares de desprezo e de indiferença, isto muitas vezes já percebi
infelizmente as pessoas ainda tem a ilusão que deficiente é doente e incapaz.
Morar em um lugar mais acessível, ter uma qualidade de vida
melhor, ter alguns aparelhos para que eu possa fazer a fisioterapia em casa,
claro que eu também sonho que as pessoas de uma vez por todas tratem os
deficientes como pessoas normais.
A sua cidade é
inclusiva ou precisa melhorar, o que deveria ser mudado?
Resposta: Não é inclusiva, para ser inclusiva falta muito,
poucos lugares são acessíveis, as vezes os lugares são retos, mas não tem
rampas, e quando tem são desniveladas. Acho que a maior mudança estaria na
consciência das pessoas, os comércios não fazem questão nenhuma de colocar
rampas, como se cadeirante também não fosse cliente, fora as vagas de
estacionamentos e banheiros destinados a deficientes, normalmente muitos
andantes não respeitam e isto acaba atrapalhando muito.
Para
encerar, qual a mensagem que você deixaria para os leitores do Amor Pela Vida?
Não deixe que ninguém interfira em seus sonhos, e nem que
diga que você não é capaz! Siga seus objetivos! Nem sempre vai ser fácil! Mas o
mais importante é não desistir, se supere a cada dia e quando menos esperar os
sonhos que pareciam impossíveis estarão sendo realizado!
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
2:12 PM
5 dicas do que um cadeirante não gosta que você "andante" faça
Fernando Fernandes com seu amigo |
Se quiser saber algo sobre o (a) cadeirante, pergunte diretamente a ele (a):
Uma das coisas mais irritantes, é quando estou em algum
lugar público e ficam me olhando com cara do tipo "o que ele tem",
pensem o seguinte, é cadeirante, fim do mistério, existem apenas duas opções
para a causa de ser cadeirante, doença ou acidente, simples, agora se só essa
resposta não te basta e a curiosidade é grande em saber qual é o problema, vá
até o cadeirante e puxe assunto, mas não vai chegar do nada e ir direto e
perguntar o que o fulano tem, fale com a pessoa, pode ser até que surja uma
amizade entre vocês, nem todo 4 rodas tem problemas mentais, nós falamos, e no
meu caso falo até de mais, obviamente existem alguns com déficit mental, mas se
pode generalizar. Costumo dizer que se queres saber sobre nós, não
existe outra pessoa melhor para te dizer sobre nós do que nos mesmos.
Não trate um (a) cadeirante como criança:
Está certo que por estarmos sentados parecemos menores que
o normal, mas isso não significa que somos crianças. Apenas trate desta maneira
as crianças, são elas que merecem esse tipo de tratamento, vivi isso em minha
época de escola, e veja bem estava no ensino médio, cheguei até a pedir para a
pessoa não me tratar assim e não adiantou nada, devido a isso me afastei dela,
tudo o que eu fazia era repassado a meus familiares, sendo que era de maior,
então lhes recomendo, não trate ninguém assim, seja a pessoa cadeirante ou não,
parem com isso, e por favor não fiquem falando no "inho", fale o português
normal, não precisamos de diminutivo para te compreender.
Não nos olhem como se a gente fosse um ser de outro mundo:
Podemos ser, claro, faria todo o sentido, sinceramente da
forma que está o mundo prefiro acreditar ser de outro lugar, mas falando sério
agora, as vezes nos olham de uma forma que me faz pensar ser de outro planeta,
é um olhar de certa forma preconceituoso embora eu não ligue para isso, mas
quando é de mais comprimento a pessoa, para ela ver que sou do mesmo mundo que
a mesma, sim sou um humano, que surpresa não é mesmo.
Não queira saber mais sobre nossa situação do que nos cadeirantes:
Esta dica é para você que acha que sabe tudo sobre nós, vou
te dar uma informação super importante, só quem sabe sobre minha situação sou
eu mesmo, até mesmo familiares mais próximos fazem isso, um exemplo disso é
quando estamos mal sentado e falamos que estamos, e teimam em dizer que estamos
bem sentados, mas só quem pode te dizer isso é o cadeirante, outro exemplo é
quando penso tal coisa sobre ser cadeirante, não tente me dizer que estou
errado, porque só quem pode saber sou eu, detalhe não é de ontem para hoje que
estou nessa, são 17 anos.
Não tire suas crianças de perto de nós como fossemos um monstro ou coisa parecida:
Crianças são o melhor ser existentes nesse mundo, são de
uma pureza inigualável, por isso decidi cursar pedagogia, mas algo que me deixa
triste é quando estou em algum local onde tem uma criança, e ela quer vim falar
comigo e os pais não deixam, chegam a dizer para seus pequenos, coisas do tipo:
sai daí que o tio vai te pegar, deixa elas meus queridos, é bom conhecerem
novas realidades, as curiosidades delas devem ser respondidas. Certo dia na
escola onde estudei fui cercado por um batalhão de baixinhos, e piraram no meu
carro, deixei até tocarem a buzina da cadeira, e foi para elas algo muito
legal, e como sabemos maldade não existe neles, uma das crianças até me disse
que quando crescesse queria ser como eu, que iria ser cadeirante só para ter um
carro como o meu, e isso me fez pensar que se existe preconceito é porque
ensinaram, então aos pais deixo um recado, vocês são os responsáveis em formar
cidadãos melhores, ensine amor e igualdade ao invés de preconceito.
domingo, 17 de setembro de 2017
6:05 PM
Cadeirantes também amam
Vamos falar de amor, como é bom esse sentimento, você um dia amou alguém, e já foi amado, a busca dele é constante, e incansável, com certeza amar é uma das coisas mais lindas que existem, jamais deixará de ser, até aí nada do anormal certo?
Agora vejamos ele sobre outros olhos, sou cadeirante a 17
anos, tenho 24 anos, e sei exatamente quem sou e quem serei, mas o amor para
mim é desconhecido há um longo tempo, pessoas na minha situação tem uma grande
dificuldade nesta área, e comigo não é diferente, e podemos achar alguns
motivos que explicam o porquê disso.
O principal motivo sem sombra de dúvidas é o preconceito, a
nossa sociedade é assim, e vai ser sempre assim, e não julgo quem é
preconceituoso, isso acontece devido à falta de informação e ignorância, e é aí
neste ponto que tem início a nossa dificuldade de se relacionar.
E não pense que é por falta de tentativa este não é o acaso,
ao menos para mim, sou alguém super articulado e comunicativo, e cá para nós
sou um bom partido, já tive algumas experiencias, mas acredito que por medo não
deu certo, para conquistar é necessário um grande esforço das duas partes, e no
meio disso aí tem outras pessoas tentando se apaixonar, e rapaz te digo é o que
mais existe, e para piorar ainda há “amigos” aqueles preconceituosos que dizem
– Como assim, tu vai namorar/ficar com um cadeirante é sério? – E não podemos
deixar de lado a famosa e torturante pena.
Mas calma lá temos a friendzone, esta é uma parte das que
mais entendo, digamos que sou especialista nesta modalidade de relação, já
perdi as contas de quantas vezes passei por isso, e devido a isso parei de
criar expectativas e hoje crio pôneis, aliás tenho uma fazenda cheia deles.
E sabe nenhum destes obstáculos vão me fazer parar de
procurar quem um dia vai me amar de verdade, não irá existir juras mentirosas
de amor como já existiram, vai ser real, e isso vem sem pressa nenhuma, as
coisas vem, tudo passa, os dias passam, anos passam, horas passam e umas outras
mil coisas passam, e o que nos resta é cuidar de nós mesmo e de nossas
prioridades existentes, e essa prioridade sou eu mesmo, e por favor não venha
com comentários de – Vai aparecer quem te ama, sei disso melhor do que pensam,
a e deixem de fora a suspeita de que tomei um toco, (risos).
Estes são os motivos mais clássicos do porque a vez dos
quatro rodas como eu demoram a achar o que o amor tem de melhor para nos
oferecer, pode vim amor, será bem recebido.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
8:09 PM
Radicalidade sobre rodas
Esqueça o termo
“Eu não consigo” e mude para eu consigo, Aaron Wheelz Fotheringham é o mais
puro exemplo disso, o cara tem 21 anos é de Las Vegas, Nevada, Aaron nasceu com um problema chamado "Spina Bifida" (um defeito
congênito da medula espinhal), ele andou até os 3 anos de idade com ajuda de
muletas. O rapaz é o terceiro de seis filhos, todos adotados.
Aaron nunca deixou nada
impedi-lo de fazer o que deseja. Quando era criança, sempre quis fazer as
coisas normais que uma criança faz, ele só tinha que descobrir como fazê-lo de
um modo adaptado. Porque na vida de um cadeirante tudo pode ser modificado para
nos beneficiar.
O maluco começou a andar em parques de skate aos 8 anos, quando seu irmão mais velho Brian disse que ele deveria descer uma rampa com sua cadeira de rodas. A primeira vez Aaron admite ter sido assustadora, ele caiu, mas ele nunca foi de desistir só porque algo não era fácil.
Wheelz ganhou algumas competições de estilo livre BMX, incluindo as finais Vegas AmJam BMX em 2005, mas para ele tudo isso é secundário, ele gosta mesmo é da alegria de poder praticar um esporte radical e de estar com seus amigos na pista de skate.
O maluco começou a andar em parques de skate aos 8 anos, quando seu irmão mais velho Brian disse que ele deveria descer uma rampa com sua cadeira de rodas. A primeira vez Aaron admite ter sido assustadora, ele caiu, mas ele nunca foi de desistir só porque algo não era fácil.
Wheelz ganhou algumas competições de estilo livre BMX, incluindo as finais Vegas AmJam BMX em 2005, mas para ele tudo isso é secundário, ele gosta mesmo é da alegria de poder praticar um esporte radical e de estar com seus amigos na pista de skate.
Ao longo dos últimos oito
anos, Aaron tem desafiado a si mesmo para tentar truques progressivamente mais
difíceis, e vem conseguindo realizar coisas cada dia mais difíceis.
Fotheringham tem paixão
pelo que faz, não só porque é muito divertido, mas seu objetivo é mudar a
percepção do mundo de pessoas em cadeiras de rodas, bem como ajudar todo mundo
a ver seus próprios desafios de uma nova maneira. O apelo de Aaron é universal. Você
certamente não tem que estar em uma cadeira de rodas para ser inspirado por
aquilo que ele é capaz de fazer.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
3:49 PM
Conquistando a independência
Acredito que estamos sempre em busca disso, eu pelo menos não gosto de depender das pessoas, mesmo assim dependo para muitas coisas, exemplo me alcançarem alguma coisa, locomover minha cadeira entre outras coisas.
Minha mãe sempre me deixou sair, mas com pessoas que ela confia, como toda mãe protetora ela não deixa eu sair com meus amigos vida loucas, porque vá que aconteça alguma tragédia, que eu me drogue, ou chegue bêbado, ou que, bem vocês sabem, elas são especialistas em imaginar as piores tragédias possíveis.
Venho conquistando minha independência aos poucos, há 4 anos atrás voltei a estudar, depois de 10 anos parado em casa. (Saiba mais clicando aqui). Minha véia, viu que seria possível me deixar voltar e que eu não seria preciso eu depender dela para isso.
Na escola recebo ajuda de um grande amigo meu, um dia fui convidado por um amigo para sair depois da aula, e eu já disse pra ele que com certeza a resposta seria não, chego em casa usando a tática do drama, as vezes funciona, e pasmem ela deixou facilmente, nesse dia ela me surpreendeu, foi um dos dias mais felizes da minha vida, sai com 3 amigos, rolaram vários agitos. Um deles disse: "Tu é o primeiro cadeirante que vejo sair pra agitar com os amigos". São coisas simples que podem elevar nossa alto estima.
Depois disso acho que passou uma certa segurança para ela, e agora saio mais vezes de casa, quando você ai reclamar que não pode nada, saiba que tem pessoas assim como eu que não podem fazer tantas coisas assim.