domingo, 25 de maio de 2014

Quebrando o preconceito


Alguns momentos com meus colegas na escola Diva
Quando a pessoa é um deficiente físico, estamos sujeitos a sofrer preconceito, coisa que não deveria acontecer, já que somos pessoas normais, apenas temos certas limitações, existem pessoas que não sabem lidar muito bem com o preconceito, e por isso acabam se tornando introspectivas.

Sabendo disso e passado por isso, resolvi quebrar o preconceito, eu notei que eu de certa forma deixava o preconceito acontecer, ai eu inventei uma forma de defesa, eu apenas deixei as pessoas me conhecerem, sem que a vontade disso parti-se delas.

Como já contei aqui deixei a escola quando criança por causa do preconceito e voltei a frequentar uma sala de aula após 10 anos, quando eu já tinha 19 anos, retornei a estudar na escola Vital Brasil, onde não conhecia ninguém, e com essa minha tática consegui fazer amizades, logo no primeiro dia me lembro que fui muito bem recebido pela direção e professores, em 2 meses consegui me enturmar com o pessoal.

Para essa adaptação ocorrer de maneira rápida procurava participar das aulas, para mostrar que eu estava ali com vontade de aprender e mostrar meus conhecimentos, adquiridos com leituras dos materiais da escola de minhã irmã, nisso o pessoal deve ter pensado "Nossa ele sabe das coisas, é como nos". E sempre procurei conversar com meus colegas, professores e alunos de outras turmas, quando eu vi já não era mais eu que dava inicio aos assuntos e sim todos que eu havia conhecido.

No ano seguinte tive que trocar de escola fui para o Diva Costa Fachin, onde aconteceu a mesma coisa, adaptação rápida, amizades, participação no Grêmio Estudantil, mas enfrentei algumas dificuldades no aprendizado, já que estava no primeiro ano do ensino médio, como pulei da primeira série do fundamental diretamente para a oitava série, quando cheguei no ensino médio senti falta da base dada pelas outras séries, nada que com meu esforço não pudesse contornar.

Finalizando, na minha vida sempre fui ensinado sem diferenças pela minha veia kk, talvez por isso me revolto quando sou tratado com diferença, acredito que eu não deva me aproveitar da minha situação para ter benefícios, se eu quero igualdade tenho que ser tratado como todos, não sou melhor ou pior do que qualquer pessoa, depois disso que aprendi nunca mais sofri preconceito. Mesmo assim faço um apelo para você que tem um amigo deficiente, ajude-o a fazer amigos, nem todos conseguem isso de maneira fácil.


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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sonhe alto sempre



Não importa onde você parou…
Em que momento da vida você cansou…
O que importa é que sempre é possível recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
É renovar as esperanças na vida e, o mais importante…
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito neste período?

Foi aprendizado…
Chorou muito?
Foi limpeza da alma…
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia…
Sentiu-se só diversas vezes?

É porque fechaste a porta até para os anjos…
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da Tua melhora…
Onde você quer chegar?
Ir alto?
Sonhe alto.
Queira o melhor do melhor…
Se pensarmos pequeno…

Coisas pequenas teremos…
Mas se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente, lutarmos pelo melhor…
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.

Autor desconhecido

sábado, 19 de abril de 2014

O medo de cair da cadeira de rodas


Estive pensando se o meu maior medo também é o medo dos outros cadeirantes, e descobri que a maioria como eu tem medo de cair da cadeira, fiz esta pergunta em um grupo no Facebook onde tem apenas cadeirantes.

A maioria disse que tem medo de cair e se machucar, coisa que não é muito interessante para nos que já nos encontramos em uma situação limitada, e que machucado pode piorar, outros falaram que isso faz parte, realmente faz parte, mais como disse não é bom.

Quando caímos ou é no banho por causa da umidade, ou por causa de alguma pedra que tranca na rodinha da frente da cadeira, assim voamos longe como se fosse o super homem em direção ao chão kkkk.

Estes dias eu cai, não foi bom, porque normalmente não temos velocidade nos braços para nos proteger, assim podemos cair de qualquer forma, e se machucar seriamente, podendo até mesmo nos fraturar gravemente, por sorte não me lesionei muito, apenas alguns arranhões e dor causa da batida do meu rosto no chão, e fiquei 3 dias sentindo dor.

Nos outros tombos que tive que levar pontos, em uma vez na cabeça e outras no queixo ao total tenho mais de 10 pontos pelo corpo, por isso cair acabou se tornando meu maior medo.

Para quem anda talvez isso que esteja falando aqui seja uma idiotice, acredite não é, fora isso não me recordo de outro medo.

VEJA ALGUNS COMENTÁRIOS DE OUTROS CADEIRANTES SOBRE O ASSUNTO


segunda-feira, 17 de março de 2014

Teus problemas não te impedem de ser feliz



Vejo por ai muitas pessoas reclamarem de problemas tão pequenos, que fico me perguntando, será que eles sabem que existem pessoas com problemas maiores?

Acho que não vale apena fazer um problema pequeno se tornar grande, muitas pessoas deixam de ser felizes por algum determinado problema.

As vezes me perguntam como tu é feliz sendo cadeirante? Dai respondo que pra mim tudo isso é normal, eu ainda tenho vida, se eu ficar triste não irei viver, pra que eu seria triste apenas por isso? Triste é não ter vida.

A vida é uma coisa tão boa que deve ser vivida de qualquer forma, sendo cadeirante ou qualquer coisa do tipo, existe sempre como ser felizes, só não é quem não quer, e muitos usam sua dificuldade para se fazerem de coitados, acho horrível isso, e muitos fazem isso para os outros terem pena, uma das coisas que mais odeio é pena, não quero pena e nem tento causar pena nas pessoas, sou como qualquer pessoa, apenas não ando, e por eu ser assim não me faz mais ou menos feliz.

Então você ai que esta reclamando da sua vida, vá vive-la feliz,


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O sonho de qualquer cadeirante


Como todos devem imaginar o nosso sonho é poder voltar a andar, e de fato é verdade, queremos, para isso faríamos qualquer coisa para conseguir realizar este sonho, mas é quando este sonho não pode ser alcançado? Ai que fica complicada a coisa, temos que aceitar.

Mais como aceitar se não pedimos para vir assim?  Está é a primeira pergunta que vem a nossa mente quando paramos de caminhar que foi o meu caso, parei de andar por ter nascido com uma Distrofia Muscular, e neste problema deixamos de andar com 8 anos, hoje já é possível andar até os 12, 13 anos por ai, na minha época não existia esta possibilidade.

E quando deixamos de andar acreditamos que vamos voltar a andar, e isso acontece por já termos andado, daí pensamos: "Se eu já andei eu volto a andar". Eu não sabia que nunca mais ia andar, até os 14 anos achava que ia voltar, certo dia o médico me falou de uma forma que eu me liguei que não iria voltar mais a andar.

Foi um choque para mim saber isso, mais não foi difícil aceitar, eu já sabia a anos como era ser um cadeirante, e eu queria viver, não me importava como, sendo cadeirante ou não.

Mais não vamos generalizar a coisa, porque volta e meia voltava o questionamento de porque eu ser assim, hoje eu vejo este questionamento como uma coisa nada haver. Eu não me importo mais com isso, mais as vezes quando não consigo fazer alguma coisa do tipo pegar alguma coisa, fazer algum movimento, coisas deste tipo eu penso: "se eu tivesse andando seria mais fácil", pode parecer estranho mais na maioria das vezes nem lembro que não ando, só lembro neste momentos que disse ai.

E hoje eu não me vejo de outra forma que não seja eu como cadeirante, existe um momento que eu me vejo andando que é quando eu sonho durante a noite, em todo sonho eu tô andando nele, para finalizar, para mim é normal ser assim, mais para algumas pessoas ainda não somos normais, mais isso não me importa vivo feliz assim.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Amor imperfeito


Ai esta um dos cadeirantes que conseguiu o seu amor, a miss bumbum Daniela Macedo.

O preconceito contra nos cadeirantes as vezes nos prejudica no amor, não é muito fácil de se conseguir alguém que te ame do jeito que tu é, é não é por falta de tentativa de nos cadeirantes, eu pelo menos tentei inúmeras vezes, e nunca consegui alguém que se permitisse a ser amada pelo cadeirante aqui.

Mas amor está muito ligado a pessoas NORMAIS e bonitas, se não existe atração física de imediato tu não consegue nada, parece que hoje conquistar uma pessoa pela tuas qualidades é praticamento impossível, talvez não seja, mais nossas chances de conquistar uma mulher são mais reduzidas, então sempre tentei conquistar deixando ser conhecido por completo, não vou negar é complicado até você se acostumar a levar um fora atras do outro, o tempo faz tu aprender a lidar com isso, os anos passam tu vai ficando mais experiente e logo isso chega a ser normal.

Por ser tão normal já entramos em uma nova paquera acreditando que tudo vai dar errado, por medo? Não por isso e sim pelo fato de tu ter consciência que é difícil.

Então as vezes eu penso que se eu andasse tudo seria diferente, ou até mesmo se eu fosse um cadeirante mais bonito, já seria um ponto ao meu favor, EI VOCÊ AI, NÃO ESTOU APAIXONADO E NEM LEVEI TOCO, quem me conhece deve ta pensando nisso após ler as linhas acima, e outra não precisa escrever que a minha hora vai chegar e bla bla bla, eu sei de tudo isso, to mostrando a nossa realidade.

Mãe se caso esteja lendo este texto não to com ninguém ta? kkk, tem que deixar claro né, kkk.

Em breve novos textos sobre o tema, se tiver alguma curiosidade sobre o assunto comenta ai.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Entrevista com intercambista cadeirante, nada é impossível


Pessoal, hoje estou trazendo para vocês uma postagem bem diferente aqui no blog que é a entrevista que fiz com uma colega cadeirante e blogueira, a Paula Oliveira de 24 anos. Ela tem um blog muito bacana chamado Ô Essa Menina o qual eu recomendo muito, onde ela conta as suas experiências e perspectivas enquanto cadeirante. A Paula já teve a oportunidade de fazer duas viagens internacionais, uma para o Canada e outra para a Irlanda. Nesta entrevista ela vai nos contar um pouco de como é ser cadeirante, de suas experiências fora do Brasil e nos tirar algumas dúvidas que você aí andante gostaria de saber.

Paula Oliveira em Cranbrook, BC, Canadá

Paula, conta para a gente um pouco de você.

Bom, eu tenho Amiotrofia Espinhal e uso cadeira de rodas desde os 11 anos. Hoje, com 24 anos, sou recém-formada em Administração e moro na Bahia. Adoro estudar, gosto de aprender e me considero uma pessoa bastante determinada.

Agora uma pergunta polemica: para você, como é ser cadeirante?

É engraçado pensar em mim mesma como cadeirante porque eu nunca me vi dessa forma. Sempre levei uma vida muito normal, dentro do possível. Minha deficiência nunca foi empecilho para que eu pudesse alcançar os meus sonhos e objetivos. Claro, algumas coisas sempre foram mais difíceis para mim, mas eu tive a sorte de ter uma família muito acolhedora e equilibrada que me deu base para ser quem eu sou hoje.

A vida de cadeirante tem seus percalços, claro, mas, de um modo geral, eu levo a minha vida de forma mais normal possível e, por causa disso, percebo que as pessoas ao meu redor tem a mesma percepção de mim.

Quando você se lembra que é cadeirante?

Quando sinto que sou tratada com pena ou como se minha deficiência me tornasse incapaz de realizar alguma tarefa. Acho que a pior forma de preconceito é a subestimação.

E na sua época de escola, como foi? Passou por algum problema? Já que a acessibilidade era praticamente nula.

Nunca tive problema algum na escola ou na faculdade. Aonde não havia acessibilidade sempre tive a sorte de contar com pessoas de boa vontade que me ajudavam. Meu pai também sempre foi muito presente em minha vida escolar e se cheguei aonde estou hoje é por causa dele.

Você teve a oportunidade de fazer algo que ainda é considerado raro para nós cadeirantes. Como os dois intercâmbios aconteceram na sua vida e como foram as duas experiências?

Eu sempre tive esse sonho de fazer intercâmbio, mas, por diversas vezes e por vários motivos, isso sempre pareceu ser um sonho distante.

A minha primeira viagem internacional aconteceu na Irlanda na qual eu tive uma amiga me acompanhando e foi uma experiência absolutamente incrível. Eu passei sete semanas numa cidade chamada Limerick onde eu estudei inglês na universidade local. Na segunda viagem eu consegui uma bolsa de estudos do governo canadense e fui estudar lá por quatro meses. A viagem para o Canadá foi completamente diferente porque eu fui sozinha para cursar o último semestre do curso de Administração em um college. Mas apesar de ter ido sozinha, fiz várias amizades lá, inclusive com uma colega brasileira que me auxiliou muito em todo o período.

O Canadá é um país incrível, completamente acessível, até mais que a Irlanda e eu fui muito bem acolhida em ambos os países. Posso dizer, com toda certeza, que essas viagens foram a melhor coisa que já fiz na vida.

Do ponto de vista de uma pessoa com deficiência, quais foram os desafios e dificuldades nas suas viagens?

Mesmo tendo companheiros de viagem, um intercâmbio é, claro, uma realidade bem diferente daquela que estava acostumada no meu dia a dia e eu tive que aprender, às vezes do modo mais difícil, a me tornar mais independente.

Como cadeirante eu sempre contei com o apoio da minha família para tudo que precisava, mas viajando eu tive que aprender a cuidar de mim mesma. Na viagem para o Canadá as dificuldades foram maiores, mas essa foi também uma fase de muito crescimento pessoal e hoje posso dizer que sinto muito orgulho de mim por ter vencido cada obstáculo.

Contudo, em ambas as viagens eu fui muito abençoada de poder contar com pessoas maravilhosas que cruzaram o meu caminho e se tornaram grandes amigos. Também recebi muito apoio do college canadense que foi essencial para que tudo corresse bem durante o tempo que passei lá.

Você experienciou alguma forma de preconceito no exterior?

Quando eu ganhei a bolsa para estudar no Canadá, um dos colleges se recusou a me receber. Eles alegaram que tinham receio de que algo me acontecesse e que a responsabilidade recaísse sobre eles. Em função disso, naquele ano, perdi a bolsa e me senti completamente injustiçada. No ano seguinte eu me candidatei novamente ao programa e optei por outro college que, para a minha surpresa, teve uma reação totalmente diferente a do college anterior. Fui recebida por esse college com muito carinho e eles foram extremamente atenciosos comigo do começo ao fim.

Para encerar, qual a mensagem que você deixaria para os leitores do Amor Pela Vida?

Primeiramente quero agradecer você pelo espaço no seu blog e por contar um pouco da minha história para os seus leitores e espero que o meu exemplo sirva como ajuda para os cadeirantes e deficientes de modo geral que, assim como eu, tem o sonho de fazer intercâmbio.
Nada é impossível.
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