segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Conquistando a independência




Estamos sempre a luta para nos tornar independentes, para nos sentirmos bem com nós mesmos, para principalmente deixar de depender de terceiros, podemos ter a maior dificuldade para executar alguma tarefa, mas, relutamos em pedir ajuda.

Acredito que estamos sempre em busca disso, eu pelo menos não gosto de depender das pessoas, mesmo assim dependo para muitas coisas, exemplo me alcançarem alguma coisa, locomover minha cadeira entre outras coisas.

Minha mãe sempre me deixou sair, mas com pessoas que ela confia, como toda mãe protetora ela não deixa eu sair com meus amigos vida loucas, porque vá que aconteça alguma tragédia, que eu me drogue, ou chegue bêbado, ou que, bem vocês sabem, elas são especialistas em imaginar as piores tragédias possíveis.

Venho conquistando minha independência aos poucos, há 4 anos atrás voltei a estudar, depois de 10 anos parado em casa. (Saiba mais clicando aqui). Minha véia, viu que seria possível me deixar voltar e que eu não seria preciso eu depender dela para isso. 




Na escola recebo ajuda de um grande amigo meu,  um dia fui convidado por um amigo para sair depois da aula, e eu já disse pra ele que com certeza a resposta seria não, chego em casa usando a tática do drama, as vezes funciona, e pasmem ela deixou facilmente, nesse dia ela me surpreendeu, foi um dos dias mais felizes da minha vida, sai com 3 amigos, rolaram vários agitos. Um deles disse: "Tu é o primeiro cadeirante que vejo sair pra agitar com os amigos". São coisas simples que podem elevar nossa alto estima.

Depois disso acho que passou uma certa segurança para ela, e agora saio mais vezes de casa, quando você ai reclamar que não pode nada, saiba que tem pessoas assim como eu que não podem fazer tantas coisas assim.  

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Como eu era antes de você


 Antes de você, eu era apenas uma criança igual as outras, minhas preocupações eram com que cor iria pintar meus desenhos, com que boneco iria brincar. A bola de futebol era minha eterna companheira, a qual não podia jogar, porque ela parecia um lutador de boxe que sempre me nocauteava.  Como toda criança fazer arte era minha especialidade, brigar com os guris na escola era rotineiro, namorar era apenas querer pegar na mão.

Meu carro era o de brinquedo, preocupações não existiam, até porque mal conhecia a palavra problema, a dependência de outras pessoas era pouca. Não tinha conhecimento de como o mundo pode ser injusto com alguém que apenas quer viver, muitos pagam por seus erros, mas e quem nunca errou? Seria justo você aparecer do nada? A mim foi decretada uma sentença irreversível, sem direito a advogado.  

Oito anos se passaram e você entrou na minha vida, chegou feito furacão levando tudo que havia construído, levou tudo sem dó, tive que aprender a conviver com você. No início nossa relação foi tumultuada, você não me deu escolha, fez eu mudar a força, sem me dar chance de eu escolher, fui obrigado a aceitar tua presença.

O tempo passou e me foi mostrado o quanto essas mudanças causadas por ti, me tornaram uma pessoa boa e principalmente feliz, existem mudanças que podem acrescentar, e no meu caso aconteceu exatamente isso.

Hoje te agradeço por fazer parte da minha vida, me fizeste muito mais bem do que mal, pode até achar que são apenas palavras, e são sim, as mais sinceras que já disse, como sei que viveremos juntos pelo resto da vida, te peço que me aceite como sou, e por favor não me traga novos problemas.

Obrigado por tudo minha eterna amiga cadeira de rodas.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Tudo que um cadeirante consegue é uma vitória?



Nem tudo na vida de um cadeirante precisa ser visto como uma vitória, por que? As pessoas nos engrandecem tanto por apenas tocarmos nossa vida em frente.

Muitas vezes recebemos os parabéns por termos amigos, gente isso é o normal, alô terra chamando, já aconteceu isso comigo, nunca falei nada para essas pessoas que me parabenizam por simples coisas, parece que sou um super-herói por ter amigos. Não julgo essas pessoas por fazerem isso, até porque poucos tem contato com um cadeirante, pode-se dizer que somos novidade ainda.

Para vocês "andantes" somos de outro mundo, e lhes digo vocês parecem ser de outro mundo também, um mundo onde pessoas andam e fazem as coisas sem receber parabéns por isso, podemos chamar esse mundo de "Andolandia" ta ai um bom nome haha.

Outra coisa que sempre sou parabenizado é por eu ser feliz, quero um dia não receber mais parabéns por ser feliz, não vejo motivo para eu não poder ser feliz por apenas ser cadeirante, é ruim não andar? É sim, mas sou muito alegre mesmo com essa situação, aprendemos a viver assim, precisamos nos aceitar como somos, esse é o primeiro passo para a felicidade pessoal.

Entendo o lado de quem faz isso, sei que não é por mal, é para motivar o 4 rodas haha, vocês devem pensar que no meu lugar jamais conseguiria lidar com o problema com um sorriso no rosto.   

Vejam-nos sendo igual a ti.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

E se eu andasse?


Seguidamente me pego pensando em como seria se eu andasse, fico criando hipóteses e teorias, imaginando coisas que eu poderia fazer, visualizando movimentos que seriam feitos com mais facilidade, ai chega o momento que venho de volta para a realidade, e vejo que isso não é possível.

E se fosse possível? Será que as coisas seriam tão fáceis assim? Não, não seriam, e falo isso com plena certeza, acredito que não seria quem sou, não teria a minha maturidade e sensibilidade que hoje tenho, vejo o mundo de uma forma bem diferente sendo assim.

Pra que ficar imaginando coisas que apenas poderiam acontecer? Devo pensar no que posso hoje com minha realidade física, pensar no que serei hoje, a vida oferece inúmeras oportunidades, não importa a tua situação, e quando essas oportunidades aparecerem devemos nos agarrar a ela, quem garante que seria mais feliz do que sou? Ninguém, nem mesmo minha imaginação vai conseguir projetar isso.

Minha imaginação teima em querer pensar no se andasse, mesmo tentando afastar esses pensamentos, deve ser normal isso para uma pessoa que já andou, lembrar da época que andava não lembro muito, talvez por isso o "se andasse" se torne tão atrativo em certos momentos.

Momentos que vejo que seriam mais fáceis do que são, é inevitável pensar nisso, não podemos ser egoístas ao ponto de dizer que nunca imaginamos o "se" porque sim imaginamos.

Muitos não conseguem aceitar sua real situação por viver o tempo todo no mundo de faz de conta, esse mundo lindo que muitas vezes idealizamos não existe totalmente nem pra quem anda, então vamos voltar a realidade e fazer o nosso mundo de verdade melhor, ou perto do melhor, se tiver felicidade e amor já vamos estar tornando o nosso mundo melhor.

A verdade nua e crua, é que se andasse, teria outras experiências de vida, aprenderíamos a daríamos valor a coisas totalmente diferentes das atuais. Não se engane em pensar que seria melhor.

domingo, 25 de maio de 2014

Quebrando o preconceito


Alguns momentos com meus colegas na escola Diva
Quando a pessoa é um deficiente físico, estamos sujeitos a sofrer preconceito, coisa que não deveria acontecer, já que somos pessoas normais, apenas temos certas limitações, existem pessoas que não sabem lidar muito bem com o preconceito, e por isso acabam se tornando introspectivas.

Sabendo disso e passado por isso, resolvi quebrar o preconceito, eu notei que eu de certa forma deixava o preconceito acontecer, ai eu inventei uma forma de defesa, eu apenas deixei as pessoas me conhecerem, sem que a vontade disso parti-se delas.

Como já contei aqui deixei a escola quando criança por causa do preconceito e voltei a frequentar uma sala de aula após 10 anos, quando eu já tinha 19 anos, retornei a estudar na escola Vital Brasil, onde não conhecia ninguém, e com essa minha tática consegui fazer amizades, logo no primeiro dia me lembro que fui muito bem recebido pela direção e professores, em 2 meses consegui me enturmar com o pessoal.

Para essa adaptação ocorrer de maneira rápida procurava participar das aulas, para mostrar que eu estava ali com vontade de aprender e mostrar meus conhecimentos, adquiridos com leituras dos materiais da escola de minhã irmã, nisso o pessoal deve ter pensado "Nossa ele sabe das coisas, é como nos". E sempre procurei conversar com meus colegas, professores e alunos de outras turmas, quando eu vi já não era mais eu que dava inicio aos assuntos e sim todos que eu havia conhecido.

No ano seguinte tive que trocar de escola fui para o Diva Costa Fachin, onde aconteceu a mesma coisa, adaptação rápida, amizades, participação no Grêmio Estudantil, mas enfrentei algumas dificuldades no aprendizado, já que estava no primeiro ano do ensino médio, como pulei da primeira série do fundamental diretamente para a oitava série, quando cheguei no ensino médio senti falta da base dada pelas outras séries, nada que com meu esforço não pudesse contornar.

Finalizando, na minha vida sempre fui ensinado sem diferenças pela minha veia kk, talvez por isso me revolto quando sou tratado com diferença, acredito que eu não deva me aproveitar da minha situação para ter benefícios, se eu quero igualdade tenho que ser tratado como todos, não sou melhor ou pior do que qualquer pessoa, depois disso que aprendi nunca mais sofri preconceito. Mesmo assim faço um apelo para você que tem um amigo deficiente, ajude-o a fazer amigos, nem todos conseguem isso de maneira fácil.


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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sonhe alto sempre



Não importa onde você parou…
Em que momento da vida você cansou…
O que importa é que sempre é possível recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
É renovar as esperanças na vida e, o mais importante…
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito neste período?

Foi aprendizado…
Chorou muito?
Foi limpeza da alma…
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia…
Sentiu-se só diversas vezes?

É porque fechaste a porta até para os anjos…
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da Tua melhora…
Onde você quer chegar?
Ir alto?
Sonhe alto.
Queira o melhor do melhor…
Se pensarmos pequeno…

Coisas pequenas teremos…
Mas se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente, lutarmos pelo melhor…
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.

Autor desconhecido

sábado, 19 de abril de 2014

O medo de cair da cadeira de rodas


Estive pensando se o meu maior medo também é o medo dos outros cadeirantes, e descobri que a maioria como eu tem medo de cair da cadeira, fiz esta pergunta em um grupo no Facebook onde tem apenas cadeirantes.

A maioria disse que tem medo de cair e se machucar, coisa que não é muito interessante para nos que já nos encontramos em uma situação limitada, e que machucado pode piorar, outros falaram que isso faz parte, realmente faz parte, mais como disse não é bom.

Quando caímos ou é no banho por causa da umidade, ou por causa de alguma pedra que tranca na rodinha da frente da cadeira, assim voamos longe como se fosse o super homem em direção ao chão kkkk.

Estes dias eu cai, não foi bom, porque normalmente não temos velocidade nos braços para nos proteger, assim podemos cair de qualquer forma, e se machucar seriamente, podendo até mesmo nos fraturar gravemente, por sorte não me lesionei muito, apenas alguns arranhões e dor causa da batida do meu rosto no chão, e fiquei 3 dias sentindo dor.

Nos outros tombos que tive que levar pontos, em uma vez na cabeça e outras no queixo ao total tenho mais de 10 pontos pelo corpo, por isso cair acabou se tornando meu maior medo.

Para quem anda talvez isso que esteja falando aqui seja uma idiotice, acredite não é, fora isso não me recordo de outro medo.

VEJA ALGUNS COMENTÁRIOS DE OUTROS CADEIRANTES SOBRE O ASSUNTO


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